O Sistema FAEP vê com preocupação a cobrança complementar do valor do Prêmio do Seguro Rural (PSR) pelas seguradoras e instituições financeiras. A medida é reflexo do contingenciamento de recursos por parte do governo federal.

No Paraná, a situação é ainda mais crítica em relação ao restante do Brasil. Isso porque, historicamente, os produtores rurais paranaenses são os principais contrates de seguro rural do país. Em 2025, os agricultores contrataram 19,5mil das 46,9 mil apólices (42%). No total, mais de 944 mil hectares do Estado foram segurados contra intempéries climáticas, num valor total de R$ 4 bilhões, conforme dados do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural do Governo Federal.

“Por falta da subvenção federal, os nossos produtores rurais estão sendo obrigados a pagar a integralidade do prêmio. Isso tem impacto direto no planejamento, ainda mais em um momento de alta dos custos de produção e preços ajustados dos grãos”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Não vamos aceitar que esse valor seja cobrado do produtor rural por desorganização do governo federal”, complementa.

A verba inicial do seguro era de R$ 1,06 bilhão para 2025. Porém, ao longo do ano, o governo federal optou pelo contingenciamento dos recursos para cobrir falta de receitas que atrapalham o cumprimento da meta fiscal.

“Nas últimas temporadas, cada vez mais, os agricultores estão renunciando à contratação do seguro rural por falta de subvenção. Esse cenário se mostra desafiador e preocupante para o setor produtivo”, reforça Meneguette.