A frota de veículos brasileira é referência mundial no quesito pegada de carbono, conforme pesquisa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em parceria com o Boston Consulting Group (BCG). Esse indicador comprova o histórico de sustentabilidade do agronegócio nacional na produção de biocombustíveis, em especial, o etanol, na comparação com mercados como Europa, Estados Unidos e China.
O levantamento da Anfavea indica o fato de que os veículos brasileiros que rodam com etanol são os com menores taxas de emissões de gás carbônico (CO²) no mundo. Como comparação, os automóveis feitos na China e movidos à combustível fóssil estão no topo da lista de mais poluentes. Esse dado reforça como os biocombustíveis são uma ferramenta importante para promover a descarbonização na indústria brasileira.
“Essa é mais uma prova da importância do setor agropecuário para a sustentabilidade do planeta. O meio rural produz um combustível altamente sustentável, que reduz as emissões de CO2 [gás carbônico]. Precisamos fomentar isso, cada vez mais, principalmente no meio urbano”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.
Desde a década de 1970, o Brasil estabeleceu uma política nacional para utilização do etanol como combustível. O composto, feito principalmente à base de produtos agropecuários como cana de açúcar e milho, é 90% menos poluente em relação a gasolina comum. Como comparação, no Brasil, carros de pequeno porte são proibidos de serem movidos a diesel desde a década de 1990. Na Europa, diversos países têm estabelecidos metas para adotar o mesmo modelo até 2050.
“Nós temos o etanol como uma fonte renovável de combustível. Acabamos de passar a mistura para 30% do etanol, com perspectiva de chegar a 35%. Não tem paralelo no mundo”, explica Luiz Eliezer Ferreira, técnico do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP.
Dentre as ações promovidas pelo Sistema FAEP em prol do desenvolvimento sustentável envolvendo a frota de veículos está o programa “Movido pelo Agro”. O projeto visa incentivar o consumo de etanol nos automóveis do Paraná, tanto no meio urbano como nas cidades. Como exemplo, a frota de 52 veículos da entidade é abastecida exclusivamente com álcool. Cada automóvel roda, em média, 3 mil quilômetros por mês, totalizando cerca de 156 mil quilômetros. Com a opção pelo etanol, evita-se a emissão de 263,8 mil quilos de CO2 por ano. Para se absorver esse volume de gás carbônico seriam necessárias 1.820 árvores.
No Paraná, a Prefeitura de Maringá, no Noroeste do Paraná, adotou a campanha Movido pelo Agro, encampada em junho pelo Sistema FAEP. Com isso, a frota oficial do município, composta por 712 veículos da linha flex, passou a ser abastecida exclusivamente com etanol.
Conforme estimativa da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), que desenvolveu o “Movido pelo Agro” em 2023, o programa reduz as emissões de gás carbônico em 140 toneladas por ano, a partir da substituição da gasolina pelo etanol por parte das entidades que aderiram.
Até o dia 21 de novembro, o Brasil recebe a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), quando o Brasil vai apresentar ao mundo a posição de vanguarda na produção de biocombustíveis.
“Isso sinaliza o compromisso do Sistema FAEP e do setor agropecuário paranaense com o futuro nesse cenário. Não só do ponto de vista econômico, mas também do ponto de vista ambiental”, aponta Meneguette.
Atualmente, o Brasil conta com 360 plantas produtoras de etanol, sendo que 24 estão no Paraná. Em 2024, o país utilizou 348,1 milhões toneladas de matéria-prima para a produção de etanol. A maior parte é a partir da cana-de-açúcar (90,6%), milho (4,9%) e melaço (4,5%).
Ainda durante o evento global, o Sistema FAEP vai apresentar as ações sustentáveis do agronegócio paranaense. O principal objetivo é demonstrar como o segmento contribui de forma positiva para a agenda climática.
Inclusive, o Sistema FAEP elaborou o documento “Soluções da agropecuária paranaense para a agenda climática”. A listagem é longa e abrange, entre outros pontos, técnicas sustentáveis de manejo capazes de mitigar as emissões de CO2 e práticas voltadas ao uso racional de tecnologias e insumos, que colocam a produção estadual em linha com os desafios globais de produção sustentável. Parte deste trabalho é desconhecido pelo público urbano, de modo que outro objetivo do documento do Sistema FAEP é dar visibilidade à atuação do meio rural, principalmente na conservação dos recursos naturais.
Fonte: FAEP
Foto: FAEP










| CONTRATO | US$/bu | VAR | |
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| JAN 2026 | 1.128,25 | 1,00 | |
| MAR 2026 | 1.139,00 | 1,00 | |
| MAY 2026 | 1.149,75 | 0,50 | |
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