Mesmo sendo um dos maiores produtores do mundo, o Brasil enfrenta críticas após o governo liberar a importação de tilápia do Vietnã, favorecendo concorrentes externos e gerando insegurança entre produtores e trabalhadores do setor aquícola.
O Brasil é o quarto maior produtor de tilápia do mundo, atrás apenas da China, Indonésia e Egito.
Segundo o Anuário PeixeBR 2025, o país produziu cerca de 662 mil e 200 toneladas de tilápia, o que representa um aumento de 14,3% em relação a 2023, quando foram registradas 579 mil toneladas.
Com esse volume, a espécie respondeu por 68,36% de toda a produção de peixes cultivados no Brasil, reforçando sua liderança absoluta no setor.
Com um mercado que movimenta milhões de reais e sustenta milhares de empregos diretos e indiretos, o setor tornou-se estratégico para a economia brasileira.
Por isso, a recente decisão do governo federal de liberar a importação de tilápia do Vietnã gerou indignação entre produtores e especialistas.
Em abril, o Ministério da Agricultura e Pecuária revogou a proibição que impedia a entrada de tilápia proveniente do Vietnã.
Isso frustrou muitas entidades defensoras do agronegócio como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Frente Parlamentar da Agropecuária, Sindicato Rural de Marechal Cândido Rondon, dentre muitas outras.
A medida é vista pelo setor como um contrassenso: em vez de fortalecer o mercado interno e proteger a produção nacional, o governo abre espaço para um concorrente direto, que pode afetar empregos e reduzir a renda de famílias brasileiras ligadas à piscicultura.
No último dia 06, um contêiner com 24 toneladas de tilápia vietnamita partiu do porto de Ho Chi Minh, com destino ao Brasil.
Esse é o primeiro de 32 contêineres — totalizando 700 toneladas — contratados pelo Grupo JBS para abastecer o setor varejista e de alimentação, além do showroom de produtos da empresa.
A chegada da carga ao porto de Santos, em São Paulo, está prevista para 17 de dezembro de 2025.
Agora, como novo presidente da Comissão de Aquicultura e Pesca do Sistema FAEP, o presidente do Sindicato Rural de Marechal Cândido Rondon, Edio Chapla, manifesta sua preocupação.
Fonte: CPG/Agro Marechal
Foto: Agro Marechal