Compras pela China, que se prepara para Ano-Novo Lunar, impulsionam embarques
Com uma média diária de 10 mil 820 toneladas exportadas, 45,41% acima do registrado há um ano, o Brasil enviou ao exterior 119 mil 270 toneladas de carne bovina in natura até a terceira semana de novembro , de acordo com dados do governo federal.
Mantido esse ritmo de embarques, o país poderá encerrar o período com mais de 200 mil toneladas escoadas, superando o desempenho de novembro de 2022 de acordo com projeção do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo.
Segundo o pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho, o crescimento é explicado pelo aumento da demanda da China, destino de 50% da carne bovina brasileira, com os preparativos para o Ano-Novo Lunar.
Celebrada em 10 de fevereiro de 2024, a passagem de ano é o principal feriado do país, movimentando o mercado de viagens e o consumo com festas que geralmente começam uma semana antes da data.
Apesar do bom resultado em novembro, o Brasil não deverá repetir em 2023 o desempenho do ano passado, quando exportou, para todos os destinos, um recorde de 1 milhão 238 mil toneladas com uma receita de 7 bilhões e 900 milhões de dólares.
O volume total exportado, explica o pesquisador do Cepea, será inferior devido à suspensão das exportações para a China que ocorreu de 23 de fevereiro a 23 de março, após a detecção de um caso do mal da vaca louca no Pará.
Analistas de mercado projetam uma queda em torno de 1% para as exportações de 2023 frente aos embarques de 2022.
No caso da receita, o consultor diz que o resultado financeiro deverá refletir em menor grau o impacto da suspensão temporária das remessas à China e mais o efeito da queda de preços da proteína brasileira ao longo do ano.
Para os volumes exportados, o analista prevê retração dos embarques à China em 2024, em razão dos problemas internos do país.
Segunda maior economia do mundo, o gigante asiático enfrenta crise imobiliária, aumento do desemprego e desaceleração do crescimento.
Fonte: Assessoria CNA
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