11/09/2025 09:03 |
Produtores de leite se reúnem para discutir crise no setor e cobrar ações do governo

No próximo dia 15 de setembro, o Sindicato Rural de Cascavel sediará uma reunião decisiva para o setor leiteiro do Paraná. O encontro promovido pela Rural Leite reunirá produtores, representantes de associações, lideranças rurais e entidades empresariais para debater os principais desafios enfrentados pela cadeia produtiva do leite no Estado, com foco em cinco pontos centrais:

  1. Preço do leite, importações e a urgência da lei antidumping
  2. Infraestrutura rural: estradas e acesso às propriedades
  3. Projeto de modernização da atividade leiteira
  4. Compras coletivas de insumos
  5. Distribuição de sêmen para melhoramento genético

A reunião contará ainda com a leitura e entrega de uma Carta Aberta de Apoio às Associações de Produtores de Leite do Oeste e Sudoeste do Paraná, assinada pela Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná) e pelo POD (Programa Oeste em Desenvolvimento).


Crise no leite exige medidas emergenciais

Segundo o documento, o setor leiteiro passa por uma das fases mais críticas dos últimos anos, agravada pela forte queda nos preços pagos ao produtor, que se intensifica durante o inverno, e pelo aumento descontrolado das importações de leite, principalmente do Uruguai e da Argentina.

Em 2024, o Paraná produziu cerca de 4,6 bilhões de litros de leite, consolidando-se como o segundo maior produtor nacional. A atividade movimenta aproximadamente R$ 12 bilhões por ano e envolve mais de 110 mil produtores, sendo 86% agricultores familiares. No Oeste e Sudoeste do Estado, o leite representa a segunda principal fonte de renda agrícola, ficando atrás apenas da soja.

A carta alerta que, diante da baixa rentabilidade, muitos produtores estão abandonando a atividade, o que compromete a economia local, especialmente de municípios que dependem da produção leiteira.


Ações urgentes: antidumping, fiscalização e incentivo ao consumo

Entre as medidas emergenciais solicitadas pela Caciopar e pelo POD está a abertura imediata de um processo antidumping, para impedir a entrada de leite estrangeiro a preços inferiores ao custo de produção no Brasil — uma prática que configura concorrência desleal.

Outro ponto crítico é a reidratação de leite em pó importado, transformado em leite líquido e vendido no mercado interno — uma prática proibida pela legislação nacional, mas que não vem sendo devidamente fiscalizada, segundo os signatários da carta.


Medidas estruturais e valorização do produtor

Além das ações emergenciais, o setor pleiteia políticas estruturantes, como:

  • Criação de um Instituto Nacional do Leite, para debater preços, normativas e combater cartéis formados por laticínios;
  • Incorporação do leite no programa Bolsa Família e na merenda escolar, para ampliar o consumo interno;
  • Modernização da relação comercial entre produtores e indústrias: hoje, o produtor entrega o leite e só recebe após até 30 dias, sem saber o preço até o 15º dia — um modelo considerado arcaico e desvantajoso.

Apelo por sensibilidade governamental

A Caciopar e o POD concluem a carta com um apelo direto ao Governo Federal e às autoridades estaduais, para que tomem providências imediatas. “Sem sensibilidade e ação efetiva, a cadeia produtiva do leite pode entrar em colapso, comprometendo um dos setores mais relevantes para a economia de centenas de municípios, para o Paraná e para o próprio País”, afirma Reni Fernande Felipe, presidente da Caciopar.

A reunião do dia 15 é considerada um marco para consolidar essas demandas e pressionar por respostas concretas. A expectativa é de que o encontro resulte em encaminhamentos estratégicos para salvar uma das cadeias produtivas mais importantes do agronegócio paranaense.



Fonte: Sou Agro
Foto: Copilot
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