Secretário de Segurança Pública garante que policiamento foi reforçado na área de disputas de terra entre indígenas e agricultores, em Guaíra
Durante audiência pública para debater o tema, Hudson Teixeira adiantou que governo estadual deve buscar saída para impasse junto ao ministro Luiz Edson Fachin, do STF.
Representantes de forças de segurança, do comércio e moradores de Guaíra, oeste do Paraná, participaram, nesta quarta-feira (17), de uma audiência pública para discutir o conflito entre indígenas e agricultores que deixou quatro pessoas feridas.
Durante a audiência, o secretário estadual de Segurança Pública, Hudson Teixeira, afirmou que a Polícia Militar (PM) reforçou o policiamento na região.
Nenhum representante dos indígenas esteve na audiência pública.
O conflito aconteceu em 10 de janeiro. No dia, três indígenas foram baleados e um pescador da região foi ferido.
O Ministério dos Povos Indígenas já tinha, em dezembro de 2023, pedido ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o envio da Força Nacional à região diante da escalada da tensão da disputa. Porém, a medida só foi autorizada após o conflito da semana passada.
O encontro desta quarta reuniu autoridades em uma universidade particular da cidade. O secretário adiantou que novos protocolos de segurança devem ser adotados na região, mas não deu mais detalhes da medida.
De acordo com Teixeira, nos próximos dias o governador Ratinho Junior (PSD) deve se reunir em Brasília com o ministro Luiz Edson Fachin, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para buscar uma saída que beneficie tanto indígenas quanto agricultores.
Na última segunda-feira (15), Fachin determinou a intervenção da Comissão Nacional de Soluções Fundiárias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ideia é que a pasta tente encontrar uma solução para os conflitos.
O ministro também atendeu ao pedido das comunidades e revogou todas as decisões que impedem a Funai de dar andamento ao processo demarcação da TI Tekoha Guasu Guavira até que a ação em questão tenha o mérito julgado.
O conflito
Segundo a PM, três indígenas foram baleados por "indivíduo não conhecido" e um homem foi agredido e feito refém pelos indígenas, que alegam ter se defendido.
De acordo com uma testemunha, os indígenas estavam em um ritual sagrado quando foram atacados. Ela afirma que o grupo demorou a entender que eram tiros e só perceberam quando viram as vítimas feridas.
Também segundo a PM, após os disparos, alguns indígenas, revoltados com a situação, invadiram uma casa.
Moradores fugiram, mas um homem de 51 anos, caseiro, permaneceu na residência e na sequência foi levado para a área de conflito, onde foi agredido pelo grupo, afirmou a PM. Ele também precisou de atendimento médico e continua internado.
De acordo com a PM, ele não foi o responsável pelos disparos contra o povo indígena.
Fonte: G1paraná
Foto: G1paraná