Estado fará estudos em mais de 18 aldeias indígenas incluídas no traçado da Nova Ferroeste
Dezoito aldeias indígenas em quatro municípios do traçado proposto para a Nova Ferroeste foram incluídas nos estudos para mensurar os impactos do empreendimento proposto pelo Governo do Paraná. A malha ferroviária prevê a ampliação e modernização da atual Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava. O novo desenho vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, a Paranaguá, no Litoral do Paraná, com ramais para Foz do Iguaçu e Chapecó, em Santa Catarina. A escolha dos povos indígenas a serem estudados foi definida pela Funai, a Fundação Nacional do Povos Indígenas, e é condicionante à anuência do órgão concedida no início deste ano. O documento com o Plano de Trabalho para a realização dos estudos complementares foi protocolado nesta semana junto à Funai e as atividades terão início após a aprovação pelo órgão federal. O Governo do Estado já realizou estudo semelhante ao solicitado agora pela Funai na Terra Indígena Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras, com mais de 3 mil habitantes. Esta segunda etapa é condicionante da anuência concedida pela Funai em março deste ano. Estão contidos neste roteiro, definido pela Funai, terras indígenas em Nova Laranjeiras e em Guaíra, e acampamentos em Dourados no Mato Grosso do Sul e em Morretes. O coordenador do Plano Ferroviário Estadual, Luiz Henrique Fagundes, lembra que já foram concluídos os levantamentos de possíveis áreas de interesse do patrimônio histórico, bem como estudos das comunidades quilombola. Os estudos receberam parecer favorável do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Os locais para os estudos complementares foram definidos após vistoria técnica realizada no traçado proposto para a ferrovia, realizada em junho. A execução do trabalho será responsabilidade da Fipe, Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, contratada pelo Governo do Paraná para realizar a atividade de campo e consolidar os dados. Fagundes explica que serão observadas as relações socioculturais das comunidades indígenas, organização política, territorialidade, práticas culturais, modo de vida, valores e conhecimentos tradicionais.
O Governo do Paraná vai levar a Nova Ferroeste a leilão após a emissão da Licença Prévia Ambiental pelo Ibama. A empresa ou consórcio vencedor vai executar as obras e explorar o empreendimento por 99 anos.
Fonte: Agência Estadual de Notícias
Foto: Agro Marechal