A crise das invasões de terra no Oeste do Paraná, principalmente em Guaíra e Terra Roxa, foi o assunto central de uma reunião de entidades e líderes no início desta semana na sede da Associação Comercial de Guaíra.
As invasões, promovidas por indígenas e paraguaios, segundo depoimentos de moradores e autoridades, têm tirado o sono de famílias de agricultores há um bom tempo.
O problema, com inúmeras ramificações econômicas, retornou e com mais força nos últimos dois anos e a tentativa agora, a partir da sensibilização de autoridades e órgãos públicos, é que a lei, e principalmente o Marco Temporal para novas demarcações de terras indígenas, seja respeitada.
A Constituição de 1988 definiu que novas demarcações podem ocorrer apenas em áreas que, comprovadamente, tinham a presença de indígenas antes dessa data.
Há estudos que comprovam que não havia representantes de povos originais nessa região antes de 1988.
Outra situação tem agravado as invasões e elevado o clima de tensão na divisa entre Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai: a posse do novo presidente do país vizinho, Santiago Peña, estaria forçado paraguaios a atravessar a fronteira e se somar às invasões em Guaíra e Terra Roxa. Santiago deixou claro, e tem seguido isso em seu governo, que o direito à propriedade será integralmente respeitado no Paraguai.
Agricultores e autoridades apresentaram relatos detalhados da situação a diretores da Caciopar e do Programa Oeste em Desenvolvimento e da Associação Comercial e Empresarial de Guaíra.
O consenso é que a união e o bom-senso devem prevalecer e que as informações, sobre o que realmente está acontecendo na região, sejam levadas ao setor público, a deputados e a senadores.
De acordo com moradores, o clima de insegurança é muito grande, inclusive com ataques e feridos, o que leva a enormes prejuízos econômicos e a um quadro de tensão que não faz bem a ninguém.
Uma das comprovações das perdas econômicas foi apresentada pelos representantes da Associação Comercial: 10 grandes empresas prospectaram a região, recentemente, com o interesse de fazer investimentos e, diante do conflito, decidiram não materializar os seus projetos.
Conforme a entidade, outra consequência é o enfraquecimento das empresas já instaladas nos municípios de Guaíra e Terra Roxa.
Fonte: Caciopar
Foto: Assessoria Caciopar