Edio Chapla, presidente do Sindicato Rural de Marechal Rondon, foi um dos participantes do Fórum
Produtores rurais e técnicos definiram, na manhã desta quarta-feira (27), uma proposta de calendário de semeadura da soja para a safra 2025/26 no Paraná. A exemplo dos últimos dois ciclos, a solicitação é de que permaneça a divisão do Estado em três regiões, com datas específicas para cada uma delas. As definições ocorreram ao longo de um fórum técnico realizado na sede do Sistema FAEP, em Curitiba. O evento é uma iniciativa conjunta da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), do Sistema Ocepar e do Sistema FAEP.
A calendarização da semeadura da soja é uma das medidas que prevista no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS) – doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. “Este fórum é o momento de a gente construir consenso em torno deste tema, que é tão importante. Quando nós tomamos a decisão juntos, todos nos comprometemos com os resultados”, disse José Antonio Borghi, presidente da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP. “Precisamos de um ambiente que contemple a pesquisa, a ciência e que leve em consideração, também, as condições dos produtores rurais, do setor produtivo”, acrescentou.
A proposta definida no fórum será encaminhada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que até 31 de janeiro recebe contribuições dos Estados. A solicitação do Paraná propõe que a Região I (que abrange a faixa central e leste do Paraná) comece em 21 de setembro de 2025 e se estenda até 20 de janeiro de 2026. Para a Região II (que corresponde à faixa que vai do Oeste ao Norte Pioneiro), a janela iria de 1º de setembro a 31 de dezembro. Na Região III (que se concentra no Sudoeste), a semeadura poderia ser feita de 11 de setembro a 10 de janeiro. O vazio sanitário compreenderá ao período de 90 dias antes da data de início de semeadura de cada região.
O fórum contou com uma palestra informativa do coordenador geral de proteção de plantas do Mapa, Ricardo Hilman, que apresentou o PNCFS. A ferrugem asiática foi identificada no Brasil pela primeira vez em 2001, o que fez com que as autoridades sanitárias desenvolvessem o programa. Hoje, as ações do programa nacional se concentram em dois eixos principais.
O primeiro deles é o vazio sanitário, que é um período – de mínimo 90 dias – em que os produtores rurais ficam proibidos de cultivar, manter ou permitir em qualquer estágio vegetativos plantas emergidas de soja. O objetivo dessa estratégia é reduzir o inóculo (ou seja, o volume de esporos) da ferrugem asiática no território. A outra ação é o calendário de semeadura, que pode ser entendido como uma medida fitossanitária complementar que visa a racionalização do uso de fungicidas e a redução da resistência ao fungo da ferrugem asiática.
“O combate à ferrugem asiática é prioritário para o Mapa. Em relação ao calendário, temos que ter consciência de que ele é concebido pensando no bem comum dos produtores, em que a imensa maioria é atendida, para combater essa praga”, disse Hilman.
Fonte: Sistema FAEP/SENAR-PR
Foto: Sistema FAEP/SENAR-PR