Os brasileiros acumulam privilégios de contar com um dos maiores e mais ricos e bonitos territórios do mundo, milhares de quilômetros de belas praias, florestas preservadas, rios e cachoeiras de águas limpas, bonitas e bem estruturadas cidades turísticas e históricas e
atendimento aos visitantes a cargo de pessoas educadas e gentis. Em compensação, em suas viagens anuais têm de enfrentar estradas mal planejadas, mal construídas e mal conservadas, mas mesmo assim com elevados taxas de pedágio.
A consciência da gravidade da situação e inconformidade dos usuários, levaram a
Confederação Nacional do Transporte (CNT), a realizar a 26º edição da Pesquisa CNT de
Rodovias, com o objetivo de identificar e avaliar as piores estradas do País na atualidade.
O levantamento de 2023 mostrou que 67,5% da extensão das rodovias nacionais são
trechos regulares, ruins ou péssimos, devido à falta de conservação, causando
preocupação, despesas e até mesmo acidentes com feridos e mortos, entre motoristas,
proprietários e viajantes.
Conforme especialistas, “desde o seu planejamento, há várias décadas, com
traçados em áreas de solo acidentado, o que significa pistas estreitas, com muitas curvas
e áreas de sobe e desce. Sem falar que não têm a mínima segurança, sem acostamentos,
placas e proteção para que os carros não caiam em despenhadeiros. Sem falar nos
buracos e erosões", lamentam os avaliadores das estradas.
O que agrava a situação é que as rodovias brasileiras são essenciais para o transporte de cargas e de passageiros.
Conforme a própria CNT, o Brasil transporta 65% de todas as mercadorias em estradas.
Da mesma forma, 95% da população utiliza as rodovias para se deslocar entre cidades e
Estados. Entretanto, mesmo com esse grande volume de tráfego, a conservação das
estradas vai de mal a pior, conforme está detalhado na Pesquisa CNT de Rodovias.
O levantamento mostra que mais da metade das estradas avaliadas foram classificadas
como prejudiciais aos seus usuários, de transportadores a passageiros, o que é negativo
para todo o País.
Para piorar a situação, a pesquisa mostrou relativa estabilidade em comparação com o
ano anterior. Assim, indicou que apenas 32,5% das rodovias têm classificação de ótimas
ou boas. O estudo, vale lembrar, abrangeu 111.502 quilômetros de rodovias
pavimentadas, incluindo as malhas federais, denominadas BRs e trechos estaduais.
Segundo o levantamento as 10 piores rodovias brasileiras estão nos Estados de
Amazonas, Paraíba, Acre, Pernambuco, Maranhão, Amapá e Pará, enquanto os
melhores trechos foram localizados em Estados do Sudeste e Centro-Sul do País, para o
alívio de produtores, comerciantes, industriais, transportadores e consumidores, pois
essas regiões concentram a maior produção agropecuária e industrial e o maior
comércio de bens e serviços do território nacional.
Os problemas das rodovias brasileiras iniciaram em seu planejamento, sem levar
em conta os avanços das máquinas de abrir, nivelar e pavimentar as rodovias, da
indústria de caminhões e automóveis e da expansão da produção agropecuária e
industrial do País, além de seu fundamental deslocamento aos grandes centros
consumidores e portos de exportação.
Isso mostra que quando as atuais estradas com tantas curvas, aclives e declives, além de pistas simples, foram projetadas e construídas, não se esperava os atuais grandes e velozes carros e caminhões.
Fonte: Assessoria
Foto: Assessoria