Entidade formou profissionais para ampliar o atendimento dos cursos a produtores e trabalhadores rurais
Recentemente, o Sistema FAEP realizou a capacitação de 12 novos instrutores para atuar nos cursos de prevenção e combate a incêndios florestais e no meio rural. A iniciativa surgiu como resposta ao aumento alarmante de incêndios no Paraná, que registrou o recorde de 13.720 focos em 2024, segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR).
"A formação desses profissionais visa fortalecer a resposta diante de um cenário crítico, preparando produtores e trabalhadores rurais para atuar tanto na prevenção quanto no controle dos incêndios, que aumentaram no último ano. A expectativa é que, com a atuação desses instrutores, possamos treinar mais nossos agricultores e pecuaristas para que saibam agir em caso de emergência".
Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP
Desde 2010, o Sistema FAEP oferece os títulos “Incêndios florestais”, “Incêndios no meio rural” e “Incêndios no meio rural – usinas”, até então ministrados por 10 instrutores. Com essa formação, o número mais que dobra, chegando a 22 profissionais capacitados para atender todas as regiões do Paraná. A capacitação envolveu aulas teóricas e práticas, com a participação da Defesa Civil Estadual e do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, garantindo um treinamento ainda mais completo e alinhado às necessidades do campo.
Segundo Neder Corso, técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP, o recorde histórico de incêndios no Estado no ano passado gerou uma demanda crescente pelos cursos, reforçando a necessidade de ampliar a capacitação e levar conhecimento ao meio rural. Todos os cursos ofertados pelo Sistema FAEP são gratuitos e com certificado. “Nossa meta é garantir que mais pessoas estejam preparadas para agir rapidamente e minimizar os danos”, afirma.
O foco dos cursos é, principalmente, a prevenção. O professor Alexandre Tetto, do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), responsável por ministrar a capacitação aos novos instrutores, explica que o uso do fogo pode ser permitido em algumas situações, desde que autorizado e feito da forma correta.
“Originalmente, nos cultivos de pinus e eucaliptos, há presença do fogo. Quando essas culturas vieram para o Paraná, tinha-se o entendimento de que o fogo deveria ser zero. Hoje já sabemos que alguns ecossistemas, como nos Campos Gerais, evoluíram e se adaptaram à presença do fogo. Por outro lado, há ambientes extremamente sensíveis, como a Mata Atlântica, onde o uso do fogo é um risco. Os instrutores estão preparados para levar esse conhecimento ao campo”, esclarece.
Inverno
A proximidade do inverno acende o sinal de alerta no meio rural. Com o tempo mais seco e redução nos índices de chuva, o risco de incêndios no campo aumenta consideravelmente.
Esse foi o quadro no ano passado, quando o Paraná registrou estiagem e, consequentemente, alto índice de incêndios florestais. A situação se agravou a ponto do governo estadual decretar situação de emergência. Na ocasião, o Decreto 7.258/2024, publicado no Diário Oficial, atendeu ao ofício enviado pelo Sistema FAEP, pedindo ações urgentes de apoio ao setor agropecuário paranaense. O órgão estadual adotou a medida com base no fato de que diversos municípios haviam declarado situação de emergência. Esse cenário foi desencadeado pelos prejuízos econômicos expressivos causados à agropecuária e o elevado índice de incêndios florestais.
“O Paraná enfrentou uma situação muito grave no ano passado, gerando risco de vida aos nossos produtores rurais e à população, além de prejuízos econômicos nas atividades agropecuárias. Precisamos estar preparados para combater os incêndios este ano, buscando minimizar ao máximo os efeitos no meio rural e na cidade”, afirma Meneguette.
Fonte: Sistema FAEP/SENAR-PR
Foto: Sistema FAEP/SENAR-PR
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