Crescimento do agro impulsiona renda e aumento populacional em estados produtores
Setor também é responsável pela diminuição da desigualdade com migração de trabalhadores
Nos últimos anos, a agropecuária e sua cadeia têm transformado a cultura e as cidades no Brasil, com a elevação da renda e diminuição da desigualdade nos principais estados agrícolas. Estudo apresentado pela FGV Social demonstra que a renda média per capita do trabalho no setor agropecuário, no Centro-Oeste, por exemplo, é a maior do país.
Em relação à desigualdade, o índice de Gini (de 0 a 1; quanto menor, melhor), apontou o Centro-Oeste como a segunda região menos desigual (0,57), só atrás da região Sul (0,54), também com protagonismo na produção agrícola há muitas décadas. Ambos estão melhores que Sudeste (0,59), mais rico, Norte (0,61) e Nordeste (0,67).
Hoje, 25% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro vêm da cadeia de toda a agropecuária nacional (que engloba agropecuária, agroindústria, insumos, distribuição e outros serviços). No primeiro trimestre de 2023, o setor apresentou um crescimento de 21,6% em relação ao ano anterior e puxou o crescimento de 1,9% do PIB no período.
Segundo o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (MDB-PR), os números apenas confirmam o valor do campo para o Brasil. “É comprovada, mais uma vez, toda a eficiência, desenvolvimento e produtividade da nossa agropecuária, que tem levado cada vez mais geração de renda e oportunidade para o campo.”
Lupion considera o resultado fruto de anos de empenho e dedicação de todo o setor e cobra que o agro seja visto com a grandeza que representa para o país. “Somos 1/3 do PIB, mais de 30% dos empregos do nosso país, 52% da nossa balança comercial”.
Vice-presidente da FPA no Senado, o senador Zequinha Marinho (PL-PA), destaca que defender o agro é defender o Brasil. “No Senado, temos uma frente de batalha que não é tão fácil, mas aos poucos vamos conseguindo convencer a respeito da importância em destravar os gargalos”.
No último Censo do IBGE, o Centro-Oeste voltou a ser destaque, com aumento populacional de 1,23%, seguido da região Norte do país, que cresceu 0,75% – áreas com forte produção agrícola -, e que apresentaram crescimento no número de habitantes maior do que a média nacional (0,52%).
O agronegócio emprega diretamente 18 milhões de pessoas – 20% dos brasileiros. Para a senadora Tereza Cristina (PP-MS), o último Censo do IBGE indicou que a pujança do agronegócio não é algo conjuntural e consolidou-se na última década, sobretudo no Centro-Oeste, que registrou crescimento populacional acima da média, além de cidades com alta renda per capita.
“O agro é o motor da economia brasileira. Com segurança jurídica e políticas públicas que não atrapalhem o desempenho do setor, a agropecuária vai continuar contribuindo de maneira significativa para o crescimento do Brasil,” disse.
O presidente da Comissão de Agricultura na Câmara (CAPADR), deputado Tião Medeiros (PP-PR), destaca que o agronegócio brasileiro dá oportunidade e oferece as pessoas, principalmente do interior do Brasil, desenvolvimento e tecnologia para produzir.
“Hoje o setor já alcança praticamente 25% do PIB brasileiro, mais do que isso, o setor agropecuário é um fator de desenvolvimento social, por isso ele ganha importância e é colocado no lugar onde sempre deveria estar, no lugar de estratégia nacional. Uma cadeia produtiva respeitada que merece todo suporte e apoio.”
Ex-presidente da FPA, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) reforça que o impacto do agro no PIB brasileiro demonstra que o setor é o grande pilar da economia. “Não se trata de uma pauta ideológica, mas de um interesse de Estado e que requer todas as condições necessárias para elevar a sua capacidade de produção.”
Fonte: Notícias agrícolas
Foto: Sindicato Rural