Em meio à queda nos preços das commodities agrícolas, os produtores paranaenses estão adotando uma postura mais conservadora, segurando a comercialização dos grãos.
As vendas de milho e soja estão em ritmo mais lento neste ano no estado.
No ano passado, em maio, 78% da produção do milho primeira safra no Paraná já havia sido comercializada.
No mesmo período deste ano, apenas 58% do grão foi enviado para o mercado, representando uma queda de 20 pontos percentuais em comparação.
Na cadeia da soja, 60% do grão estava comercializado em maio de 2022, enquanto neste ano as vendas atingiram apenas 43% dos estoques, uma redução de 17 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Segundo o analista de mercado do Departamento de Econômico Rural, Edmar Gervásio, a comercialização da soja no estado ainda está abaixo de 50%.
Ele explica que o ciclo da cultura foi mais longo e a colheita ocorreu mais tarde, o que resultou em um adiamento da comercialização.
Além disso, os preços mais baixos levam os produtores a segurarem a soja em seus armazéns.
Apesar do descompasso entre os custos do ciclo anterior e os preços atuais, os produtores não planejam reduzir o padrão tecnológico de suas propriedades.
De acordo com o Sistema Ocepar, nos últimos 12 meses, os produtores deixaram de receber cerca de 30,5 bilhões de reais devido à queda nos preços das commodities agrícolas.
A soja foi a mais afetada, com uma perda de 18 bilhões de reais, seguida pelo milho, com uma perda de 9,5 bilhões, e pelo trigo, com uma redução de 2,4 bilhões de reais.
Salatiel Turra, economista e analista de desenvolvimento técnico do Sistema Ocepar, destaca a importância de os produtores rurais ficarem atentos ao mercado agrícola, às condições climáticas e ao mercado internacional.
Ele ressalta que as cooperativas oferecem assistência técnica especializada e orientam os produtores sobre o melhor momento para fazer contratos futuros, garantindo uma receita mais garantida.
Fonte: Canal Rural
Foto: Sindicato Rural Marechal C. Rondon